Em 6 de agosto de 2008, a vida de Juliana parou. Com uma grave lesão no joelho direito, a parceira de Larissa se viu obrigada a desistir do sonho de disputar seus primeiros Jogos Olímpicos a menos de uma semana do início da competição de vôlei de praia em Pequim. Foram 231 dias longe das quadras, acompanhando as partidas da parceira com Ana Paula, que a substituiu, pela televisão. Porém, a cearense se apoiou nas mensagens de carinho que recebeu de fãs e amigos e voltou a jogar em março, conquistando o tetracampeonato mundial, com direito a título de melhor jogadora do mundo.- Foi um trauma na minha vida. Mas, talvez, tenham tido pessoas que ganharam medalha lá que não tiveram a sensação que eu tive de amor, carinho e força do Brasil. Depois de tudo isso, hoje eu estou aqui de volta jogando com a Larissa, fazendo o que eu amo e sendo campeã de novo. Acho que naquele momento do tetra, eu pude ver bem aquela frase que diz assim: “Sou brasileira e não desisto nunca”. E eu tenho orgulho disso mesmo – disse Juliana.
Juliana sofreu a lesão no joelho durante a etapa de Paris do Circuito Mundial, em junho de 2008. A jogadora chegou a viajar à China para disputar os Jogos, mas, um dia depois de seu primeiro treino na Arena de Chaoyang, decidiu que não seria possível entrar em quadra e optou por realizar a cirurgia corretiva no local. Ana Paula, então, foi convocada para substitui-la e, ao lado de Larissa, chegou às quartas de final, sendo eliminada pelas campeãs olímpicas, Walsh e May.
Atualmente, mais de um ano após a lesão, Juliana mantém um trabalho de fisioterapia com o preparador físico da dupla. A cada dois dias, a jogadora faz uma imersão em um tonel de gelo quando está no centro de treinamento, em Fortaleza. A força de vontade da atleta é elogiada pelo técnico da dupla, Reis Castro.
- De repente, recebemos um balde de água fria. Ela foi uma heroína de ainda tentar passar por toda a dor e viajar à China para as Olimpíadas. Infelizmente, não deu. Mas preciso dizer que, acima de tudo, Juliana é uma guerreira. Essa contusão foi uma tristeza muito grande para o time todo, mas ela soube tirar de letra. Ela ama jogar vôlei, dá tudo na vida para estar em quadra – afirmou Reis.
'A vida é cíclica', diz Larissa
A motivação de Juliana foi fundamental para que Larissa seguisse em frente e superasse a perda da parceira para disputar os Jogos Olímpicos. Ciente de que a “vida é cíclica”, como ela mesma diz, a capixaba acredita que o obstáculo na carreira da dupla fez as duas jogadoras amadurecerem.
- Quando isso aconteceu na nossa vida, desmoronou tudo. A gente se viu numa situação de impotência. Naquele momento, eu tinha perdido a minha parceira e o significado de jogar as Olimpíadas. Mas tive forças e hoje me sinto muito orgulhosa de ela ter sido eleita a melhor jogadora do mundo, com um ano de cirurgia. E eu faço parte dessa história.
No clima da atual novela das oito, Viver a Vida, a Rede Globo está promovendo uma campanha para lembrar que a vida vale a pena ser vivida, apesar das dificuldades e dos obstáculos cotidianos. Venha Viver a Vida dá nome a uma série de reportagens que mostram histórias de superação, em que momentos de tristeza dão lugar à esperança. Venha Viver a Vida reúne casos exemplares, vividos por gente famosa e por anônimos. Essas reportagens são publicadas no G1, nos sites EGO, GLOBOESPORTE.COM, Vídeo Show e na página oficial da novela Viver a Vida .
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