
“A peça trata da busca da felicidade e da tendência contemporânea ao escapismo. Ele quer jogar os problemas para baixo do tapete, e ela quer discutir a relação, e isso desencadeia a comédia e o drama da peça”, aponta Brício. “Os dois ficam presos num aeroporto, um ambiente que reproduz muitas das nossas neuroses, enquanto as outras pessoas entram numa epidemia de alegria, e eles têm de decidir se fogem da dor ou a encaram de frente”.
A brincadeira com os musicais surgiu da vontade do diretor fazer algo no gênero, mas que tivesse relação com o perfil da companhia. “Sou super fã de musicais, e a peça é uma tentativa de absorver os seus códigos através do nosso olhar, com uma ironia crítica. Para fazer o mesmo que está em cartaz na Broadway é melhor ver o original”, comenta Brício.
O espetáculo, que tem no elenco Gustavo Gasparani, Susana Ribeiro, Fernando Alves Pinto, Isabel Cavalcanti, Celso André, Keli Freitas e Juliana Medella, aborda com humor cáustico não só com o casal oriundo do meio teatral, mas também outros tipos que ficam confinados no aeroporto, como o psicanalista apaixonado por Alma, uma aeromoça em eterno jet-leg e um autor de livros de autoajuda.
“Para mim, o melhor da peça é que todos os personagens são imperfeitos, neuróticos, politicamente incorretos”, diverte-se Brício. “Ali ninguém é herói, há uma grande ironia com os musicais, o teatro experimental, a psicanálise, ninguém sai ileso. O espetáculo é libertador neste sentido”.
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