
Como se deu a escolha de Newton Moreno para escrever a peça?
Escolhi o Newton porque é um autor premiadíssimo! Ele é muito novo e o trabalho dele já vem sendo valorizado há muito tempo. Gosto de produzir textos de autores brasileiros, dou muito valor a isso. Coincidentemente, ele faz parte de um grupo onde estão os meus amigos, então nada melhor do que unir o útil ao agradável. O texto ficou pronto em setembro de 2008, exatamente dois anos antes de a gente estrear e quando li, pensei: acabei de ler um bibelô, por toda leveza, pureza, beleza e graça presentes neste trabalho.
E como foi voltar a contracenar com Fernando Neves e Silvia Poggetti?
O Fernando e a Sílvia viram meu exame na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, em 1978. Ali, começamos uma união que dura até hoje. Éramos garotos, tínhamos pique para tudo. Naquela época, não tinha dor no pescoço ou no joelho. Hoje, todo mundo tá cheio de dores; a pomada de arnica rola bastante na coxia! Nós não temos mais a mesma idade, mas temos a mesma cabeça. Não perdemos aquele sabor que tínhamos pelo teatro de quando começamos a carreira.
E como foi ser dirigida por João Fonseca?
Foi maravilhoso trabalhar com o João. Gosto de ser dirigida e o teatro requer uma sintonia muito especial entre ator e diretor. O bom diretor é aquele que sabe extrair de você com muita delicadeza tudo aquilo o que quer sem levantar a voz, sem pressionar, sem reprimir. Ao contrário, te estimula cada vez mais. De tudo isso que acabei de falar, João cumpriu maravilhosamente bem porque ele era nosso amigo, nosso professor, nosso pai. Espero que a gente volte a trabalhar juntos mais vezes.
Defina Maria do Caritó
É uma personagem muito feminina, virei uma criança para poder fazer. Me transformei em uma menina levada para construí-la. Essa foi a forma que eu, Lilia, encontrei para transformar meus sentimentos de mulher nessa criança esperta, animada, inteligente, inocente, vaidosa, tudo o que nós somos e que às vezes esquecemos porque temos muitos compromissos. O que é mais genial nessa peça é que todo mundo sai com um pouco de esperança.
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