Gabriel está com febre. Garganta inflamada. Daí, o choro. Depois da noite tenebrosa que Ariane passou na casa de Helena, quando receberam a companhia de um invasor alucinado, a doença do filho é uma dor de cabeça a mais. Por isso, assim que Helena chega, ela liga para Marcelo buscá-los. Os dois não estão bem. Muito trabalho, pouco dinheiro, discussões, estresse – coisas de casal. Marcelo não queria vir. No caminho de volta, os dois discutem. Marcelo acha que Ariane educou mal o menino. “Chora por qualquer coisa, parece menina”. Ariane se irrita. A discussão descamba para os problemas de grana. Marcelo, no volante, quase bate. Com a freada o Gabriel chora mais. É o caos.No sofá
Em casa, as coisas não se acalmam. Pelo contrário. Marcelo, enfurecido, vai arrumar a cama no sofá. Ariane não gosta; e provoca: “Fica, que dormir na mesma cama não tem adiantado nada mesmo”. Marcelo justifica: “Nosso casamento acabou”. E brigam mais, atiram coisas um no outro. “Grosso, grosso...”, ela grita. E Gabriel por ali, vendo tudo e chorando.
A notícia
No dia seguinte, depois de tossir muito à noite, Marcelo desaparece. Vai para o trabalho. As coisas voltam à velha rotina, aquela aparência de normalidade. Gabriel, melhor da febre, vai para a escola, Ariane vai trabalhar. À noite tem reunião com as amigas. Alice está de volta. Aquela farra, bebidinhas, comidinhas, alegria pra desafogar. Reunião só de mulheres.
Súbito, bate o interfone. É a mãe de Ariane. Ela sobe. Tem o aspecto sombrio. Ariane pressente algo. “O que foi, fala?”. Foi o Marcelo, diz a senhora. Sentiu-se mal, procurou um hospital, mas... “Não resistiu”. Não resistiu? Sim, Marcelo morreu.
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