quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FHC participa de conferência que comemora os 18 anos do Viva Rio

Em dezembro de 2011 o Viva Rio completa 18 anos. Para comemorar quase duas décadas de comprometimento com a promoção da cultura de paz e a inclusão social, a organização realizou nesta quarta-feira, dia 7, a Conferência Viva Rio 18 anos – Um bom momento para pensar, no auditório da Firjan, no Rio de Janeiro. O encontro contou com as participações do sociólogo e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso; do governador do Rio Grande do Sul e ex-Ministro da Justiça Tarso Genro; do secretário de Estado de Meio Ambiente Carlos Minc e do vice-presidente das Organizações Globo João Roberto Marinho.

A primeira mesa da conferência marcou a abertura do evento e teve como tema a história do Viva Rio contada por seus fundadores: o antropólogo e Diretor Executivo do Viva Rio Rubem César Fernandes; o vice-presidente das Organizações Globo João Roberto Marinhho; o presidente da Firjan Eduardo Eugênio Gouveia Vieira; o presidente do Grupo Lance Walter Mattos Jr. e o correspondente comunitário Carlos Costa. No encontro, João Roberto Marinho agradeceu ao presidente do Grupo Lance por unir os fundadores e relembrou a importância de manter o sentimento de busca da união da cidade partida:

- Ao nos juntarmos, nós tínhamos esperança, desejo, vontade de trabalhar junto. Naquele momento, o que nós buscávamos era integrar a cidade partida. Passados estes 18 anos, nós conseguimos bastante coisa. O que fica é o desafio de manter esse sentimento. O sentimento que estava por trás da fundação do Viva Rio é extremamente atual - enfatizou o vice-presidente das Organizações Globo.

A segunda mesa, mediada pelo jornalista Merval Pereira, teve a presença do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que, junto com o governador Tarso Genro, o secretário de Estado de Meio Ambiente Carlos Minc e com o presidente da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz Paulo Gadelha, discutiu uma nova política de drogas. Há cinco anos FHC se dedica ao tema e busca uma maneira mais eficaz e humana para combater o problema:

- A política geral de drogas foi gerada nos Estados Unidos. Muitos presidentes americanos falaram que o maior inimigo da sociedade americana eram as drogas. A abordagem proibicionista fracassou porque continua com uma expansão grande. Nós propusemos uma mudança de paradigma. Enquanto haverá demanda, haverá oferta. A política repressiva não funciona. A repressão causa até mais problema. Colocar um usuário de drogas na cadeia só tem um resultado: o usuário passa de uma droga mais leve para uma mais pesada. Em Portugal eles criaram uma política que descriminaliza, mas não despenaliza o usuário. Como resultado, o que se viu em Portugal foi uma redução da expansão do consumo de drogas. Outro ponto importante é reduzir o poder do crime organizado.


Para o governador Tarso Genro, não basta tirar os jovens do mundo do crime organizado. É preciso oferecer oportunidade e expectativa de vida para eles:

- O corte das veias alimentadoras da criminalidade é a geração de oportunidade para esses jovens. Tem que ter condições de oferecer uma expectativa de vida tão boa como eles tem no presente. Se nós não oferecermos alternativas para eles, não conseguiremos resgatá-los do tráfico.

Paulo Gadelha e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Minc, debatem o fato de que é preciso refazer o foco do tema em questão. Para eles, o assunto não pode ser somente de segurança, mas sim de sáude pública. Minc alertou para o perigo de combater as drogas com violência:

- A guerra das drogas mata trinta vezes mais que a overdose. Para combater uma coisa que em tese faz mal, você cria um negócio que faz mais mal ainda. Nós temos que construir alternativas, seja lúdica ou de desintoxicação. A TV Globo está em uma campanha corretíssima contra o cigarro no Fantástico, com o doutor Drauzio Varella. É uma questão de saúde pública, e não só de segurança.

Os temas políticas de drogas, operações de paz e participação da sociedade civil nas operações de paz no Haiti nortearam os debates ao longo do dia, que contaram com a participação de especialistas, autoridades e pensadores. O primeiro dia de atividades foi encerrado com apresentações do grupo haitiano de dança formado pelo Viva Rio, Aochan Creole, e de capoeiristas do projeto Gingando pela Paz no Haiti.

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