
A censura teve uma influência decisiva no andamento da novela. A primeira intervenção aconteceu quando o personagem Pedro Azulão (Juca de Oliveira), tentando evitar a demolição da fictícia cidade de Divinéia, estimilou os cidadãos a fazer uma luta armada para defender o território. Os censores interpretaram como um incentivo à guerrilha e proibiram as cenas. Janete alterou a história e Pedro acabou preso, acusado de invasão de domicílio, sequestro e tentativa de homicídio.


- É preciso dizer que não está sendo fácil escrever Fogo Sobre Terra. Por vezes o telespectador deve ter achado um capítulo sem nexo, truncado, e deve ter imaginado que eu enlouqueci. Não é fácil dizer a verdade. E, às vezes, ela vai ao ar mutilada por mil injunções. De uma só vez, tive que rasgar 12 capítulos. E muitas cenas saíram de minha máquina e não chegaram ao vídeo – desabafou.

Os dois se reencontram quando Diogo é enviado ao Mato Grosso para chefiar a construção de uma represa no local ocupado por Divinéia. Ao chegar na cidade, Diogo se apaixona por Chica, a namorada do irmão. Sonhando ser rica e morar na cidade grande, “Débora”, como gostava de ser chamada por ter verginha do nome, almeja deixar Divinéia, mas acaba se apaixonando por Diogo. Pedro, por sua vez, conhece Bárbara (Regina Duarte) e os dois acabam se envolvendo.
Regina Duarte tinha acabado de dar à luz a filha Gabriela quando começou a gravar Fogo Sobre Terra. Para conseguir dar conta do trabalho e, ao mesmo tempo, amamentar e cuidar da recém-nascida, a atriz se mudou para um prédio em frente à emissora, no jardim Botânico, onde eram feitas as cenas de estúdio.

A série de reportagens #JaneteClair, publicada no site da Rede Globo, conta a história e curiosidades da obra de uma das principais dramaturgas do país. Em homenagem aos 60 anos da teledramaturgia brasileira, a emissora exibe, de terça a sexta, o especial O Astro, baseado na obra de mesmo nome. A releitura da obra de Janete Clair é escrita por Alcides Nogueira e Geraldo Carneirom, tem direção de núcleo de Roberto Talma, direção geral de Mauro Mendonça Filho e direção de Fred Mayrink, Allan Fiterman e Noa Bressane.
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