segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Conheça a história do jogador de vôlei que superou uma doença no coração

Roberto Minuzzi estava no auge da carreira em junho de 2005. Na época, o jogador do Minas tinha 23 anos e havia sido eleito por três temporadas seguidas (02/03, 03/04 e 04/05) o melhor atacante da Superliga. O atleta ainda era cotado para ser o substituto de Nalbert no Brasil. Porém, em uma bateria de exames com a seleção, em Saquarema, foi diagnosticado um problema grave no coração do atleta: um aneurisma na aorta normal, principal artéria do corpo humano.

- Quando fiquei sabendo do meu problema, a atenção para o vôlei foi mínima. Eu fiquei com medo de deixar a minha família. Se demorasse mais dois meses para ter diagnosticado, é quase certo de que eu teria morrido. Minha filha, Isabella, tinha apenas cinco meses, então eu não estava preocupado com a carreira. E eu queria muito ter um filho. Mas se não fosse o vôlei, eu não teria descoberto o meu problema - afirmou Minuzzi.

A doença do jogador deixa as paredes da artéria mais frágeis, tendendo a se alargar. A aorta do atleta estava com praticamente o dobro do tamanho da de uma pessoa normal. A cirurgia deixou o atacante fora das quadras por nove meses.

- A cirurgia muda a pessoa. Ela mexe com o emocional de uma maneira absurda. Quando você acorda, se sente outra pessoa, completamente renovada. A gente passa a dar muito mais valor às coisas. Dá um sentido mais bonito à vida. Eu saí do hospital mudado, querendo aproveitar principalmente a minha filha.

A recuperação depois da cirurgia foi, segundo o atleta, o momento mais complicado. Demorou um mês para voltar a andar e dois meses para poder deitar. Minuzzi tinha que passar a maior parte do tempo sentado, devido à cicatrização.

- Foi muito tempo sem poder fazer nada. Pra voltar a correr também foi uma dificuldade tremenda. Eu ficava com o aparelho para medir meus batimentos o dia inteiro, tinha que ir à clínica todo dia pela manhã. Incomodava, mas nada era maior do que a felicidade de ter descoberto a tempo o problema e saber que eu estava vivo.

Por ordem do destino, o momento depois da cirurgia coincidiu com a segunda gravidez da esposa Luciana. A chegada do filho Caio deu mais força para a recuperação do atleta. Minuzzi explica que nunca pensou na possibilidade de morte e que o maior incentivo para ele retomar a carreira foram os filhos e os médicos, que sempre apoiaram a volta às quadras.

- Eu falei com a minha esposa que queria seguir as nossas vidas normalmente. Queria que a gente desse sequência aos nossos projetos. E mais legal é que os nove meses de recuperação foram os exatos nove meses que o Caio, meu filho, ficou na barriga da minha esposa. Essa, sem dúvida, foi a maior motivação, o que mais me deu força. E o presente veio também com a competência dos meus médicos, que compraram a minha briga. Eu queria voltar a jogar, e eles estiveram sempre do meu lado.

O retorno ao vôlei foi em março de 2006, no mesmo clube em que estava quando foi diagnosticado o problema. O ritmo de jogo de antes da cirurgia foi recuperado gradativamente, e em abril de 2007 veio a coroação máxima. Minuzzi marcou o ponto do título do Minas na Superliga da temporada. Em julho, o atacante esteve no programa "Globo Esporte" para comentar a semifinal da Taça Libertadores da América, entre Grêmio e Cruzeiro, e pôde rever o lance.

Depois, o jogador passou com sucesso no Panathinaikos, da Grécia, onde foi campeão da Copa Grega e vice da liga nacional. De volta ao Brasil, Minuzzi jogou no vôlei paulista e, em 2009, assinou contrato com o Minas. Hoje, com 28 anos, o atleta assume que já pensa no que fazer depois de se aposentar. Porém, antes disso, quer que uma torcida em especial acompanhe melhor a carreira dele.

- Eu penso bastante no que vou fazer depois que parar de jogar. Vai ser muito difícil me desvincular do vôlei. Penso em jogar mais seis, sete anos; então ainda falta muito tempo. Mas hoje, eu estaria no vôlei. Meu sonho e minha vontade é de jogar bastante tempo, porque eu quero que os meus filhos cresçam mais e assistam ao pai jogando. Quero que eles vibrem e sofram junto com o pai. Eles vão nos jogos, mas ainda são muito pequenos – completou.

No clima da atual novela das oito, Viver a Vida, a Rede Globo está promovendo uma campanha para lembrar que a vida vale a pena ser vivida, apesar das dificuldades e dos obstáculos cotidianos. Venha Viver a Vida dá nome a uma série de reportagens que mostram histórias de superação, em que momentos de tristeza dão lugar à esperança. Venha Viver a Vida reúne casos exemplares, vividos por gente famosa e por anônimos. Essas reportagens são publicadas no G1, nos sites EGO, GLOBOESPORTE.COM, Vídeo Show e na página oficial da novela Viver a Vida.

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