
A mesa “Música e Acervo” abriu o evento e contou com a presença da presidente do Museu da Imagem e do Som (MIS) Rosa Maria Barboza de Araújo, da compositora, instrumentista e coordenadora de música do Instituto Moreira Salles Bia Paes Leme, e do jornalista e colunista musical Tárik de Souza. Rosa contou como o MIS faz para preservar peças importantes da cultura musical brasileira e falou da dificuldade de mostrar este material de uma forma atraente e moderna. Ela também lembrou o papel representativo da cidade do Rio de Janeiro para a formação da cultura musical do Brasil:
- O chorinho, o samba, a marchinha, o maxixe, a bossa nova, os sambas-enredo. Tudo surgiu aqui.
- O grande desafio de quem lida com a memória musical do país é preservar e ativar esse material fazendo com que ele entre na veia das pessoas que estão fazendo música hoje. Eu acho que o Brasil tem que ter orgulho do seu passado – afirmou Tárik.
Na segunda parte do evento, o musicólogo, jornalista, radialista e produtor musical Zuza Homem de Mello falou do rigor que envolve o trabalho de pesquisa musical e lembrou a essência da atividade crítica:
- Ela (a crítica) tem que abrir o horizonte do leitor e mostrar certos pontos que podem conduzí-lo a tirar uma conclusão.
Além de Zuza, a pesquisadora e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Cláudia Neiva de Matos, e o colunista, escritor e professor da PUC-Rio Arthur Dapieve integraram a mesa “Música, História e Crítica”. Dapieve defendeu a ideia de que, para falar sobre música, o crítico deve necessariamente ter um conhecimento técnico prévio. Ele ainda falou da riqueza de unir canção e história: - Para explicar a música temos que analisá-la em um contexto histórico, senão ela fica muito pobre - afirmou.
O encerramento do ciclo de debates ficou por conta da apresentação do maestro, arranjador, compositor e pianista Francis Hime. Ele cantou algumas de suas principais parcerias como “Sem Mais Adeus”, que fez com Vinícius de Moraes, e “Atrás da Porta” e "Meu Caro Amigo", que compôs com Chico Buarque. A filha do músico, a cantora Olívia Hime, não pôde comparecer ao evento.
Nesta quinta-feira, 1, o seminário “Música Popular, Literatura e Memória” recebe a partir das 14h o escritor e colunista Ruy Castro, o produtor musical Carlos Carino e a professora do departamento de Sociologia da PUC-Rio Tatiana Bacal na mesa “Música e Tecnologia”. Às 16h30, o debate “Música e Imaginário Nacional” conta com a presença do poeta e ensaísta Antonio Risério, da professora do departamento de Sociologia da PUC-Rio e da antropóloga Santuza Cambraia Naves. O cantor e compositor Tom Zé estará na segunda mesa e também fará a apresentação musical ao fim dos debates.
Nenhum comentário:
Postar um comentário