terça-feira, 29 de setembro de 2009

Música Popular, Literatura e Memória são tema de seminário no Rio de Janeiro

O primeiro dia do seminário “Música Popular, Literatura e Memória”, realizado com a parceria do Globo Universidade, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Gravadora Biscoito Fino nesta terça-feira, 29, abordou temas como o valor da memória e a ligação entre música e imagem.

Na conferência de abertura “Natural Rights, Cultural Rights, and Politics of Memory” (Direitos Naturais, Direitos Culturais e Políticas de Memória), o mestre Andreas Huyssen, da Columbia University de Nova York, veio ao Brasil só para o evento e destacou que a cultura não deve ser separada dos Direitos Humanos. Ele ainda falou sobre a importância da valorização da memória:

- A ameaça à memória seria uma ameaça à própria humanidade. Ela faz nossas vidas, é nossa consciência, nossa razão e ação. Sem ela nós não somos nada – afirma Huyssen.

Na segunda parte do evento, a cineasta Helena Solberg, o designer gráfico Felipe Taborda, o professor do departamento de Letras da PUC-Rio Miguel Jost e o jornalista e crítico musical Silvio Essinger debateram sobre o tema “Música e Imagem”. Helena contou as experiências que teve com as trilhas sonoras de três de seus filmes: “Carmen Miranda: Banana is My Business” (1995), “Vida de Menina” (2004) e “Palavra (En)cantada” (2009).

O designer Felipe Taborda comentou o fascínio que a música desperta nas pessoas e afirmou que uma imagem espetacular jamais vai superar o poder da canção:

- Todos nós temos as músicas de nossas vidas. E elas passam a ser nossas. Você pode colocar um quadro do Picasso na sua parede, mas a pintura vai continuar sendo dele – diz. Silvio Essinger acredita que a memória revelou um potencial rentável importante para a música popular brasileira, já que muitos discos que vendem hoje são relançamentos. O jornalista falou sobre a sua experiência como produtor do programa Por Toda a Minha Vida, da Rede Globo:

- Para quem cresce fascinado por música popular, como eu, e sabe da força que ela tem, inclusive para a alfabetização do povo, fazer um programa como esse é um desafio muito grande, mas também é recompensador.

O cantor Chico César encerrou o evento em uma apresentação musical ao lado do Duo Gis Branco.

Nesta quarta-feira, 30, haverá o segundo dia do seminário “Música Popular, Literatura e Memória”. A partir das 14h, o público confere um debate sobre “Música e Acervo”, com a participação da cantora e instrumentista Bia Paes Leme, da presidente do Museu da Imagem e do Som, Rosa Maria Barboza de Araújo, e do jornalista e colunista musical Tárik de Souza. Às 16h, outro debate falará sobre “Música, História e Crítica”, com a participação do musicólogo, jornalista e produtor musical Zuza Homem de Mello, do professor da PUC-Rio e colunista Arthur Dapieve e da professora da UFF Cláudia Neiva de Matos. Para encerrar o evento haverá uma apresentação de Francis Hime e Olívia Hime.

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