
- Nos inspiramos muito na jornada de Buda, que sai do palácio e descobre o mundo com toda a sua dor e delícia. Tem um pouco de Jó também, já que ele perde tudo, mas não é uma história religiosa. Na verdade, trata-se de uma jornada e de uma história de amor, porque o amor é o que resgata o Gustavo (Marcos Palmeira). O amor da Rose (Camila Pitanga) e dos filhos dela vão resgatar o que há de humano nele - explica Duca.
Aliás, depois de muito pensarem sobre quem seria o melhor intérprete para o protagonista, Duca e Thelma encontraram em Marcos Palmeira a escolha ideal:
- Quando criamos o Gustavo, chegamos à conclusão de que o Marquinhos seria perfeito, mas como ele tinha acabado de fazer Três Irmãs, ficamos com medo que ele não estivesse disponível. Ele topou e nós ficamos muito felizes. Para que as pessoas acreditem que o Gustavo têm um coração bom, apesar dele ser um cara antipático, precisamos de um ator que tinha um forte carisma e a doçura que o Marquinhos tem. Um olhar errado pode destruir a redenção do Gustavo, que no fundo é uma Rose - explica Thelma.
Personagens sob medida
Se Gustavo Brandão foi feito sob medida para Marcos Palmeira, a mocinha e a vilã da história também tinham donas certas:
- A gente gosta dos atores, gosta de escrever para eles. Criamos a Rose pensando na Camila Pitanga, e para a vilã Verônica, queríamos mesmo a Paola Oliveira. Ela é um doce e é a oportunidade dela se vingar do Clóvis de O Profeta. Agora ela vai ser 'o Clóvis' da novela - brinca Duca, em refrência a novela O Profeta, adaptada pelas duas, em que Paola era a mocinha Sônia, que sofreu nas mãos do vilão Clóvis (Dalton Vigh).
Além de ser a primeira novela de autoria da dupla, Cama de Gato é também a primeira vez em que elas trabalham com o autor João Emanuel Carneiro - autor de sucessos como A Favorita e Da Cor do Pecado - :
- Ele escolheu a nossa sinopse e pediu para supervisionar. No início, ele instigou a gente a pensar nas situações e nos personagens. Ele nos questionava muito para desenvolvermos mais a trama - conta Thelma.
Para Duca, esses questionamentos iniciais foram essenciais no processo de criação:
- Foi muito legal, porque dá uma segurança do que você está pensando e defendendo. Você começa a defender seus personagens e isso ajuda bastante a montar a história, afinal, era uma terceira pessoa experiente olhando de fora. Agora, ele lê, dá uns pitacos, mas não é uma coisa impositiva. Ela faz questão de preservar as nossas escolhas.
Quando o assunto é sobre com que personagem elas mais se identificam, escolher um só fica difícil:
- Eu e Duca temos uma Rose fortíssima dentro da gente, viemos do subúrbio também. Só que todos nós temos nossos momentos de Gustavo.
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