sábado, 29 de agosto de 2009

Os famosos Australianos: o Diabo da Tasmânia e o Coala

Quem nunca ouviu falar no carismático coala, ou no famoso diabo da Tasmânia, imortalizado como o voraz e comilão personagem de desenho animado? Nesta semana, apresento estes animais no “Domingão Aventura” e mostro que, além da fama, eles possuem muitas curiosidades.

O diabo da Tasmânia (Sarcophilus harrisii) foi extinto no “continente” australiano e atualmente só existe na ilha da Tasmânia, ao sul do país. É o maior carnívoro nativo da ilha, uma vez que o também famoso tigre da Tasmânia (na verdade um marsupial, parente dos diabos da tasmânia) foi caçado até a extinção no século passado.

Para filmar o diabo da Tasmânia, nossa equipe foi até o Parque de Conservação dos Diabos da Tasmânia (Tasmanian Devil Conservation Park), na península da Tasmânia, perto da capital do estado, Hobart. O parque promove pesquisas e a reprodução do diabo da Tasmânia em cativeiro, tanto para ajudar na conservação da espécie (hoje ameaçada devido ao alastramento de um câncer facial na população), como para promover o turismo na região. O diabo da Tasmânia é tímido, ativo principalmente durante a noite e, quando não está se alimentando, anda solitário. Assim, ver e filmar um deles na natureza é uma tarefa muito difícil, e o parque apresenta uma ótima oportunidade para ver o animal mais de perto.

Logo que chegamos aos recintos ficou clara uma coisa: o personagem do desenho animado não se parece muito com o verdadeiro diabo da Tasmânia. O animais são pequenos (os machos adultos chegam a cerca de oito quilos) e de coloração preta com pequenas manchas brancas, e não marrom como o personagem. Porém, quando chega a hora da alimentação, o verdadeiro “Taz” vem à tona. Enlouquecidos com os pedaços de carne atirados no recinto, os diabos começam a barulheira. Rosnados, gritos e barulhos de mordida tomam conta do ambiente. Aliás, mordida é a especialidade do animal, que evoluiu se alimentado principalmente de carcaças, e é capaz de retalhar couro e até os grandes ossos de outros animais.

Proporcionalmente ao tamanho, a mordida do diabo da Tasmânia é mais forte que a de um tigre! O bicho é um verdadeiro glutão, pois além de comer quase tudo que encontra pela frente, pode consumir o equivalente a 40% do seu próprio peso numa única refeição!

Já para filmar o coala é preciso sair da Tasmânia, pois o animalzinho só existe no “continente” australiano. Um dos melhores lugares para vê-lo é a Ilha Canguru (Kangaroo Island), perto de Adelaide, no sul do país. Lá existe uma grande população de coalas, e um ótimo lugar para vê-los é o Santuário da Vida Selvagem na baía de Hanson (Hanson Bay Wildlife Sanctuary). Logo na chegada fomos recepcionados pela gerente do santuário, Natalie Tomlinson, que carregava no colo a Lala, uma coalinha jovem, que se perdeu da mãe e acabou resgatada.

Durante o dia, basta andar um pouco ao redor das árvores de eucaliptos, alimento dos coalas, e já é possível ver alguns animais. Porém, se você quer ver o coala fazendo algo é preciso muita paciência. O bicho dorme cerca de 20h por dia, e de cada 10 coalas que se vê, nove estão dormindo e o décimo está bocejando… A dieta pouco energética faz com que os coalas tenham que economizar energia dormindo. Por isso, o único jeito de ver um deles em ação é esperar… E foi o que fizemos para conseguir as imagens apresentadas no programa. Foram horas e mais horas, com câmeras em punho e observando os coalas na esperança de algum movimento… Durante a noite, sem o sol forte, eles são mais ativos e, nesta hora, conseguimos filmar um filhote comendo ao lado da mãe, bem de pertinho. Valeu a paciência!

João Paulo Krajewski

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