quinta-feira, 2 de julho de 2009

Felipe Camargo retorna à TV como protagonista da minissérie Som e Fúria

A minissérie Som & Fúria, que estreia na Rede Globo na próxima terça, 7 de julho, tem um roteiro que mistura as tramas das peças de Shakespeare com a vida dos próprios personagens, atores de uma companhia de teatro que as interpretam. O mesmo paralelo pode ser traçado entre a história da minissérie e seu protagonista. Há tempos sumido para o grande público, Felipe Camargo encarna em Som & Fúria o personagem Dante, um ator que foge durante uma elogiada montagem de Hamlet e reaparece sete anos depois.

O fato de Felipe não fazer um papel de destaque na televisão há algum tempo contribuiu para que o diretor Fernando Meirelles e a produtora de elenco Cecília Homem de Mello pensassem no ator para interpretar Dante.

- O Felipe é um ator com o estofo necessário para um protagonista e, por não termos visto seu trabalho por tanto tempo, traz ainda um frescor que é uma delícia - disse Fernando Meirelles, idealizador da adaptação da minissérie para a televisão brasileira.

O ator ressalta que não ficou parado nos últimos tempos.

- Eu sempre trabalhei durante esses anos. Fiz cinema, teatro... Mas há anos que eu não tinha uma grande oportunidade. E eu acho que o Fernando tem toda razão quando ele fala em um frescor, porque, de uma certa forma, eu fiquei menos no vídeo do que nos meus primeiros anos na TV. E também me deu chance de trabalhar não só a mim mesmo como fazer muito teatro, trabalhar em cinema, fazer cursos. Eu pude me aprimorar. Acho que amadureci bastante como ator e como pessoa - conta, Felipe Camargo, em discurso afinado com Meirelles.

"Eu acho que o Fernando Meirelles e o Dante têm uma maneira de dirigir semelhante. O jeito de ouvir, a delicadeza do falar, a certeza do que é bom. Mas o Dante é mais enrolado"

O personagem de Felipe é um ator dramático, angustiado e um tanto louco. Sua interpretação de Hamlet era tida como excepcional, mas um branco em cena e uma história de amor mal resolvida com Elen (Andréa Beltrão), colega de palco, fazem com que ele surte e fuja no meio da apresentação. Apesar do teor dramático, Felipe acha que Dante é um personagem muito mais ligado ao humor.

- O Dante é mais cômico e a minissérie é uma comédia. Até o próprio drama dele a gente procurou deixar o mais leve possível. O Fernando Meirelles me pediu para nunca pesar nas tintas quando houvesse drama - conta Felipe.

Sobre a cena em que ele tem um branco no palco, Felipe conta que foi o único momento em que se sentiu na pele de Dante. E que essa é com certeza a pior experiência pela qual um ator pode passar.

- Eu tive poucas cenas em que o Dante atua. Na que ele tem um branco, eu me senti no palco. O branco é das piores sensações que um ator pode experimentar. Nunca tive um em cena, mas já tive de emendar um texto ou pular uma parte. Parar totalmente, graças a Deus, não - comemora.

Na maior parte das cenas, Dante (Felipe Camargo) está dirigindo os outros atores. Depois dos anos afastado, ele retorna para assumir o lugar de Oliveira (Pedro Paulo Rangel) na direção artística da companhia e tenta dar um novo gás nas montagens de Shakespeare, que tem tido uma recepção bem morna do público. Seus métodos são visto como controversos pelos outros atores, que tem medo da sua loucura, mas Felipe Camargo acha que Dante é muito parecido com, veja só, o próprio diretor da minissérie, Fernando Meirelles.

- Eu acho que o Fernando Meirelles e o Dante têm uma maneira de dirigir semelhante. O jeito de ouvir, a delicadeza do falar, a certeza do que é bom. Mas o Dante é mais enrolado nesse ponto. O Fernando é melhor. É o sonho de todo ator trabalhar com alguém assim - diz Felipe estusiasmado.

Nenhum comentário: